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10 de set. de 2008

Made in China

Fabricam-se campeões, exporta-se uma imagem – talvez essa tenha sido a grande fórmula chinesa para as Olimpíadas de Pequim.

Não poderiam existir resultados melhores para a China do que aqueles conseguidos nas Olimpíadas de Pequim. Conquistou-se não só um grande número de medalhas mas também o olhar do mundo sobre a chamada nova China.

O que um dia a Revolução Cultural e a implantação da República Popular da China negou sob a égide do comunismo de Mao Tse-Tung mostrou-se em todo o seu esplendor na abertura dos jogos olímpicos: cultura milenar e refinadíssimo senso estético. Somaram-se a isso a hospitalidade chinesa e uma rigorosa organização quanto à estrutura do evento, a qual, infelizmente, não impediu que houvesse incidentes como o da atleta brasileira do salto com vara, Fabiana Murer. Entretanto, nem o brilho nem a grandiosidade do evento sofreram algum tipo de prejuízo. Não existem dúvidas de que o saldo final para a China revelou-se extremamente positivo. Não se precisa nem de confirmações oficiais.

Quais de nós imaginariam haver placas em inglês em uma China há poucos anos tão fechada para o ocidente?

Apesar de surpresas bem-vindas e reveladoras, nem tudo foram flores no antigo Império do Centro. Afugentaram-se operários que ajudaram a construir a vila olímpica, vitrine da nova era chinesa. Boa parte deles não recebeu salário. Não houve chances nem liberdade para protestar. Para eles, talvez, as Olimpíadas representem a coexistência de duas Chinas, uma nova e outra velha, onde, de acordo com a tradição, a vontade e o interesse da mais idosa sempre prevalece.

Há muita inocência em se crer que um evento esportivo dessa magnitude atenda somente a interesses de atletas cuja meta seja a de bater recordes, pois, como ocorreu na época da guerra fria, tanto Estado como nação se vêem espelhados na conquista individual do atleta, tornando-a simbólica e coletiva.

Um bom desempenho em competições internacionais é uma ótima propaganda política e ideológica para muitos países, haja vista os exemplos da extinta União Soviética, dos EUA, de Cuba e da própria China.

Não ignorando esse fato, faz oito anos que o mais populoso país asiático deu início ao Projeto 119, cujo principal objetivo era o de conquistar medalhas de ouro em esportes inexpressivos na tradição oriental, porém pródigos na quantidade de provas realizadas e conseqüentemente na premiação contada individualmente. Ou seja, pelo número de provas disputadas um nadador sozinho é capaz de produzir mais medalhas do que uma equipe inteira de basquete, conclusão: melhor investir em natação.

Há de se convir que oito anos é pouco tempo para se formar uma geração de atletas medalhistas, porém a determinação e esforço desse povo mostrou resultados bastante favoráveis nesse sentido. Os EUA, por exemplo, perderam a hegemonia quando o assunto são medalhas. Um país famoso por ter promovido perseguição e massacre de estudantes há poucas décadas hoje arranca suspiros e suscita alegrias do outro lado do mundo com transmissões ao vivo pela tevê. Era uma hora da madrugada no Brasil quando as seleções brasileira e americana decidiam a final de vôlei masculino. Quanto a esses times, nem um nem outro estaria em solo chinês pouco tempo atrás.

Não deve haver dúvidas de que a China, com seu povo, exibe sinais de profundas mudanças. Não houvesse tantos indícios facilmente constatáveis nesses jogos, haveríamos de duvidar. O fato é que os ventos da mudança hoje sopram, e vêm do oriente.

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