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3 de fev. de 2009

Sobre Literatura

A palavra literatura, em seu étimo, remonta o termo letra. Esta última, inseparável da palavra, é a matéria-prima dessa arte, assim como as notas para música, e as cores e tintas para pintura.

A Literatura, como aqui entendemos, não tem compromisso com a realidade, com a denotação, mas pode valer-se dela, bem como da fantasia, da ficção. Sua flexibilidade permite, portanto, que seja explorada por meio de diferentes abordagens.

Inicialmente costuma-se abordá-la por seu conteúdo, isto quando a forma não causa um estranhamento imediato, antecipando uma análise formal ou, simplesmente, distanciando o receptor do significado real da obra. É o que acontece, por exemplo, ao se exigir que um jovem incipiente no mundo das letras compreenda Camões.

Forma e Conteúdo não raro se entrelaçam de modo a tornarem-se algo único, como é o caso das fanopeias /fanopéias/ e melopeias /melopéias/. Quando isso ocorre, um grau mais elevado de compreensão é exigido do receptor, demandando não somente um nível de letramento mais profundo, como também a experiência dentro de um universo que extrapola a letra, adentrando pelas veredas e caminhos tortuosos que regem a própria vida.

Como entender a personagem Bentinho, de Machado de Assis, se a vida ainda não ofereceu a oportunidade do idílio e do ciúme? Como julgar a antagonista Juliana, de Eça de Queirós, ignorando-se as privações e humilhações de uma vida inteira? E que mundo intransponível se torna o das personagens de Guimarães Rosa?

Na literatura universal há personagens de ficção que chegam a ser tão humanos quanto nós. No entanto, se a literatura se limitasse ao universo humano, a que fosso escuro se condenariam as criaturas fantásticas dos mitos e fábulas que nos fazem sonhar e temer a escuridão?

Quantas dessas criaturas não são responsáveis justamente por fazer o humano se reconhecer como tal, com suas virtudes e fraquezas?

Embora atualmente seja difícil desvincular a literatura da escrita, desde seus primórdios esta arte vê-se ligada à narração de histórias por meio da fala. Mais do que escritor, aquele que produzia literatura era muitas vezes um anônimo contador de histórias, ou um cantador, chamado poeta.

Dominando o uso da palavra, inventando e reinventando histórias, contando com recursos para além da palavra, como pausas silenciosas e gestos, até objetos, o poeta era considerado frequentemente um visionário, escolhido dos deuses ou profeta. Ele perpetuava um repertório de figuras imaginárias que num dia vindouro conheceriam a imortalidade graças à escrita.

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