Poeta da chamada Segunda Geração do Modernismo Brasileiro (1930 a 1945), Carlos Drummond de Andrade, mineiro da cidade de Itabira, valendo-se de uma linguagem direta e simples, com versos brancos (sem rima) e livres (sem métrica pré-determinada) nos traz sua "Receita de Ano Novo".
Seu conteúdo revela um engajamento dedicado a transformar o humano, fazendo-o refletir a respeito do elo indissociável entre o que se espera (com esperança) e o que se faz no presente.
O ano novo, ceticamente falando, é uma contagem de dias e meses que se repete. O ano são números! Entretanto, o ser humano costuma atribuir à retomada dessa contagem um significado mais profundo, ligado à possibilidade de novas realizações, às vezes como se a simples virada do calendário atribuísse ao "ano" um poder quase sobrenatural de resolver os tropeços e situações criadas pelos próprios homens.
O poeta, com os pés bem firmes no chão, alerta: não há Ano Novo para o "homem velho". Mais poderoso do que o ciclo da mera contagem dos dias é o ciclo indestrutível das ações e suas reações.
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