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23 de ago. de 2008
O Poder do Símbolo
11 de setembro de 2001. Poucos podiam acreditar no que era transmitido ao vivo para as tevês do mundo inteiro: em Nova Iorque, o World Trade Center, um dos símbolos mais representativos do poder econômico norte-americano, estava em chamas. Foi questão de tempo até que as fundações das Torres Gêmeas sucumbissem sob o peso dos dois arranha-céus, matando milhares de pessoas, entre americanos e estrangeiros.
O fato se deu após colisão de dois aviões de companhias também americanas, repletos de passageiros civis e conduzidos por terroristas identificados como integrantes da Al-Qaeda, grupo chefiado por Osama Bin Laden.
O que mais espantou os americanos, e o mundo de uma forma geral, foi o fato de ver a capital financeira do país mais influente e poderoso do planeta ser atacada de surpresa, de maneira a tornar completamente inútil todo seu poderio militar, econômico e político.
Mais de um americano foi mostrado inconformado se questionando como poderia haver pessoas que odiassem tanto os EUA a ponto de cometer uma barbaridade daquelas. De então, uma verdadeira onda de terror e pânico tomou conta dessa nação. O plano dos terroristas foi um sucesso, principalmente porque os meios de comunicação cobriram a tragédia massivamente, intensificando a comoção, que já era grande, além de um sentimento de insegurança generalizado na população.
Eis aí a data gravada: 11 de setembro. Não há americano que não saiba o seu significado. Deixou de ser uma simples data, passando para o plano dos símbolos. Disso adveio uma guerra contra o regime dos talibãs, no Afeganistão, e mais tarde contra o Iraque, ambas motivadas por camuflados interesses políticos e, de certa forma, aprovadas por uma massa de americanos traumatizados, com o sentimento anti-islâmico aflorado.
E o que o símbolo e a estética têm a ver com isso?
Ora, tudo!
A começar quando buscamos entender por que o alvo principal dos terroristas foi o World Trade Center (Centro Mundial de Comércio). Por que não a Casa Branca, a Disney ou um alvo militar? Apesar de um atentado mal-sucedido contra o Pentágono, que outro alvo simbolizaria melhor a ideologia e o modo de vida americanos condenados veementemente pelos fundamentalistas islâmicos? A morte daquelas pessoas, para os terroristas, era possivelmente secundária se comparado a destruição do símbolo.
Os símbolos habitam a mente das pessoas, ter poder sobre os símbolos é ter poder sobre pessoas! Em boa parte foi exatamente isso que fizeram os terroristas. Começaram a habitar o imaginário de sobreviventes e espectadores, vitimando não só os que morreram no atentado, mas toda uma nação.
Se o alvo tivesse sido a Casa Branca ou uma embaixada americana, o efeito certamente não teria as mesmas proporções, pois ali residem outros símbolos, mais políticos e com menor repercussão sobre o imaginário de civis de todo o mundo.
Atingir um alvo como as duas torres foi declarar abertamente guerra não contra a nação estadunidense mas contra o que ela representa.
Esse sentimento de insegurança, dor e revanche despertou também o fundamentalismo do outro extremo, o do americanismo. Aquele que outrora dizia: "Um índio bom é um índio morto", passou a dizer: "Um muçulmano bom é um muçulmano morto".
Por causa dos ataques de 11 de setembro, até mesmo crianças muçulmanas, tanto nos EUA como em outros países, passaram a sofrer forte discriminação nas escolas, enquanto seus pais se sentiam acuados e temerosos ao sair às ruas para trabalhar. Mais uma vitória dos terroristas, pois assim começavam a construir um novo símbolo: "O mundo contra o Islã e o Islã contra o mundo". Enquanto isso os fundamentalistas americanos construíam outro igualzinho, porém com outra cara: "Nós os mocinhos contra eles, os bandidos".
Os dois tipos de fundamentalistas arrastaram muitos desavisados consigo, levando-os a pegar em armas e a serem mutilados ou mortos por causa de símbolos que provavelmente nem entendiam, apesar de se deixarem reger por eles.
Vitória dos fundamentalistas, perda para a humanidade!
Ouso afirmar: ninguém escapa do universo dos símbolos!
Tio Leo
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2 comentários:
RENOVAÇÃO
Dentro de mim há uma pedra
Que precisa ser lapidada
O processo é doloroso, mas preciso
Apesar da dor, me sinto alegre
Alegre por ter conhecimento dos defeitos
Meus defeitos...
Aos poucos essa dor vai diminuindo
E a luz, fruto do amor de Deus
Que em mim adormecia
Renasce, me conforta,
Sinto, então, que sou capaz
capaz de amar,
capaz de entender,
capaz de ouvir
Ouvir a voz que há dentro de mim,
A voz que há na pedra
__________________________________
Acredito que a pedra aqui seja o símbolo da minha dor interior, estou certa?
Muito bem, Juliana!
Você utilizou a palavra pedra em seu sentido simbólico, metafórico. No entanto, a força simbólica dela não é coletiva, como no exemplo desse tópico.
Por isso seu "simbolismo" é bastante efêmero, pois mudando-se o contexto a "pedra" adquire facilmente outro significado.
Por exemplo:
Assento-me sobre a pedra de meus pensamentos
Os pensamentos vem e vão
A pedra, que são eles, fica
Repare que neste poema pedra adquire outro significado.
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