A fragilidade do ser humano também é assunto da poesia. Não da poesia épica, que narra o humano-herói, inatingível, mas o da poesia intimista, confessional, que ao explorar os meandros da alma de um poeta, deixa nu o humano-universal.
A dissimulação do perfeito é para os "príncipes", de que fala Álvaro de Campos. Já a sinceridade da vileza do "eu" do poeta pertence ao maior heroísmo possível a alguém: o heroísmo de se confessar vil, de se confessar mesquinho e capaz do ato covarde, enfim, de se confessar verdadeiramente humano!
Um comentário:
Eu sinceramente não concordo muito com a questão do "maior heroísmo", escrevi dessa forma como um recurso de oratória, aproveitando a eloqüência presente na interpretação de Paulo Autran para o poema de Fernando Pessoa.
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