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17 de jul. de 2012

Carta Argumentativa


Gênero textual: Carta Argumentativa                           

Toda carta tem como primeira finalidade estabelecer uma relação direta com alguém. De acordo com a intenção do emissor, seu grau de intimidade com o destinatário e o caráter pessoal ou não da mensagem, dentro de uma estrutura própria de correspondência, a carta assumirá características específicas, sobretudo no campo da linguagem, na forma de abordar o tema e no tratamento dispensado ao receptor. No gênero epístola, portanto, é possível encontrar peculiaridades que resultarão na adjetivação dos diferentes tipos de carta.

A confecção de uma carta pode ser motivada pela ideia de solicitar, reclamar, contestar, manifestar apreço ou descontentamento, reforçar vínculos afetivos ou comerciais, informar e até como pretexto para dissertar sobre arte, poesia, filosofia ou ciência, além de permitir que uma classe ou coletividade se manifeste de modo a tornar público seu posicionamento ideológico, anseios e reivindicações.

Neste útlimo aspecto, esse gênero textual muitas vezes transcende o suporte do papel que é tirado de um envelope, passando a figurar na mídia impressa, como em jornais e revistas, e até mesmo na mídia eletrônica, como em sites e na TV.

O presente capítulo objetiva tratar da Carta Argumentativa, cuja característica peculiar é a de assumir o caráter dissertativo-argumentativo. Esse tipo de carta pode se desdobrar em Carta de Leitor, Carta do Editor, Carta Aberta e Carta de Reclamação, por exemplo, porém caracteriza principalmente a correspondência destinada a expor determinados problemas, solicitando ou deixando implícita a necessidade de que sejam tomadas certas providências.

Observe a carta a seguir:
                         
Rio de Janeiro, 11 de abril de 1940.

Excelentíssimo Sr. Presidente da República Getúlio Vargas,

Venho solicitar a clarividente atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças, atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico das suas funções orgânicas, devido à natureza que a dispôs a ser mãe.
Ao que dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já estão formados nada menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo Horizonte também já estão se constituindo outros. E, neste crescendo, dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos destroçados da saúde de 2,2 mil futuras mães, que, além do mais, ficarão presas a uma mentalidade depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes.

                                                                                                                     Atenciosamente,

                                                                                                                         José Fuzeira


 (Adaptado de Coluna Pênalti. Carta Capital. 28 abr. 2010. in ENEM 2010)

É possível notar no exemplo a organização dos elementos característicos a qualquer carta:

 - Local e data: Rio de Janeiro, 11 de abril de 1940.
 - Vocativo: Excelentíssimo Sr. Presidente da República Getúlio Vargas.
 - Corpo da carta: solicitação e argumentos que justificariam a carta.
 - Despedida cortês: Atenciosamente.
 - Identificação do remetente: José Fuzeira.

Toda carta, portanto, apresenta informações pontuais quanto ao contexto em que foi produzida (local e data), a quem é ou foi destinada, bem como a identificação de quem a escreveu. A esses elementos somam-se, no vocativo, o tratamento respeitoso ao receptor e, ao final, a despedida cortês. Ou seja, sua estrutura é bastante simples e em nada difere do que é praticado no universo eletrônico dos e-mails com finalidade mais formal.

A linguagem empregada nesse gênero textual, via de regra, obedece à formalidade ou informalidade definida pelo contexto e pelo grau de intimidade entre os interlocutores. Disto também dependerá o tratamento dispensado ao receptor.

Em contextos formais, deve-se, no entanto, evitar rebuscamentos e preciosismos ao escrever, pois a simplicidade no estilo tornam o texto agradável e objetivo.

Vale ressaltar que a carta acima, embora apresente ideias hoje consideradas absurdas, bem como uma linguagem ultrapassada, pertence a um momento histórico e social no qual não seria capaz de provocar  estranhamento, a não ser talvez por parte de alguns que divergissem acerca do posicionamento do emissor quanto ao assunto em questão.

Ao redigir uma carta em uma prova vestibular, o candidato deve considerar, acima de tudo, as instruções do enunciado da questão, as quais costumam apresentar algumas modificações. Uma delas é a necessidade de se suprimir a identificação final (assinatura), substituindo-a ou por uma letra (M. – exemplo) ou por um nome específico (João; Maria – exemplo). Nos casos em que se solicite o uso de nome João, por exemplo, o candidato não deve improvisar colocando um sobrenome (João da Silva) ou fazendo uma brincadeira (João Ninguém). Em alguns vestibulares exige-se que o candidato não escreva identificação alguma. Essa adaptação tem por objetivo evitar que haja qualquer tipo de identificação do candidato por parte do corretor, o que poderia comprometer a credibilidade do vestibular.

- Quanto ao local e data:

- Respeitar o local em que é feita a prova e a data do dia do exame. Ex.: Ponta Grossa, 22 de novembro de 2011.

Obs.: Em alguns vestibulares, esses elementos são dispensáveis.

- Quanto ao vocativo:

- O vocativo jamais pode ser esquecido. Alguns exemplos são: Caro editor; Prezado Sr. Ministro; Prezada jornalista.

Obs.: Existem pronomes de tratamento adequados para certas autoridades, sugere-se, portanto, que se consulte uma gramática. Porém, os pronomes Sr. e Sra. sempre podem ser empregados em substituição aos demais.

- Quanto ao corpo da carta:

- O conteúdo da carta deve sempre conter as informações básicas relacionadas ao assunto a ser apresentado e desenvolvido. Isto é, o parágrafo inicial precisa conter informações que contextualizem o receptor quanto ao tema tratado e sua importância. No desenvolvimento do texto, devem ser apresentados argumentos que serão concluídos de modo a reforçar a importância daquilo que foi solicitado ou apontado inicialmente como relevante.

Obs.: Existem expressões gastas que devem ser evitadas. Ex.: “Venho por meio desta solicitar”. Sugestão: “Gostaria de solicitar”.

- Quanto à despedida cortês:

- Atenciosamente; Sem mais; Desde já agradeço – são eficientes modos de encerrar uma carta formal.

Dentro do gênero Carta Argumentativa, existem as também chamadas cartas de réplica e tréplica, cuja única característica reside no fato de serem originadas como respostas a argumentos de cartas anteriores.
Por exemplo:

Antônio escreve à diretora Marília tecendo críticas à sua administração. (Carta Argumentativa)

Marília responde à Antônio, apresentando contra-argumentos às críticas. (Carta Réplica)


Antônio responde à diretora, reafirmando seus argumentos e elencando outros. (Carta Tréplica)















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