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29 de out. de 2016

MODELO ESTILO ENEM: PATRIMÔNIO IMATERIAL

MODELO ESTILO ENEM: PATRIMÔNIO IMATERIAL

Sobre antropofagia, identidade e cultura
Índios kamayurás celebram seus antepassados no ritual do Kuarup; gaúchos, a amizade, na roda de chimarrão; baianas, sua devoção, ao lavarem a escadaria da Igreja do Bonfim: eis somente alguns entre incontáveis patrimônios culturais de nosso país. Indiscutivelmente, cada um deles contribui para a construção de nossa identidade coletiva como brasileiros, ao mesmo tempo que dependem da subjetividade e idiossincrasia daqueles que objetivamente mantêm essas manifestações vivas. Entretanto, alguns desses bens imateriais de inestimável valor podem tornar-se fadados à extinção, o que, infelizmente, não seria uma novidade no Brasil.
Entender como isso ocorre consiste em um importante ponto de partida para definirmos ações voltadas à preservação de patrimônios imateriais. A História, nesse sentido, fornece-nos certamente ótimos exemplos desse processo. A colonização e a escravidão exterminaram não somente etnias inteiras, como também submeteram inúmeros povos por meio de dominação linguística e cultural, desvirtuando-lhes a identidade e empobrecendo-lhes os referenciais de tradição e conhecimento. Tupinambás, tupiniquins e xavantes, por exemplo, foram reduzidos ao termo generalizante de “índios”, enquanto nagôs, malês e bantus viraram simplesmente “negros”.
Contudo, se hoje o Brasil está longe de passar por um processo de dominação tão violento, por outro lado, desde a metade do século passado tem experimentado as influências acachapantes do chamado Imperialismo Cultural norte-americano. Este, através de sua conhecida Indústria Cultural, bem como com a força de um capitalismo predatório, tem ao longo de décadas afetado gerações de brasileiros. Isso tem ocorrido sobretudo com os jovens, cujos valores, costumes e referenciais modificam-se paulatinamente, a ponto de conduzi-los a uma espécie de xenofilia estadunidense, em detrimento de tudo que seja nacional.

Por esse motivo, é imprescindível que fiquemos atentos ao imenso arcabouço de patrimônios imateriais brasileiros, a fim de garantir a coexistência de diferentes manifestações culturais no país. Um meio já conhecido para isso é, inicialmente, o da oficialização desses bens com vistas à elaboração de políticas públicas voltadas a fomentar a criação de centros de tradição e cultura, museus, programas televisivos temáticos e documentários que cheguem à população e, principalmente, às escolas. Nesse contexto, é oportuno lembrarmo-nos das simbólicas palavras do poeta modernista Oswald de Andrade: “Somente a antropofagia nos une”.

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