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25 de out. de 2016

MODELO ESTILO ENEM - TEMA: RACISMO



MODELO ESTILO ENEM  - TEMA: RACISMO

Senzala simbólica

        O canto da senzala ecoa forte no Brasil. Nos terreiros louvam-se os orixás e cultuam-se as forças da natureza. Nas rodas de capoeira e maculelê, vibra a energia de vários povos africanos trazidos ao país sob o jugo severo de correntes de senhores cristãos de outrora. A língua portuguesa incorpora palavras de idiomas como iorubá e bantu, enquanto a figura da mulata ajuda a vender internacionalmente o carnaval. Porém, nossa “pátria amada”, a “mãe gentil”, ainda custa reconhecer como iguais todos os seus filhos.
        Essa injustiça, que encontra suas raízes na história, ainda está longe de ser superada. Mostras claras nos foram dadas recentemente em jogos de futebol. Para ilustrar a proporção da gravidade do problema, alguns ainda têm a coragem de argumentar que ofensas como jogar bananas e xingar de macaco são peculiaridades que fazem parte da “festa” do esporte. Porém, o pior é que, se nossa cultura procura mascarar o racismo até quando ele é explícito; fora das luzes do estádio, ele ainda está lá, possivelmente mais cruel, embora mais oculto.
        A ausência de referenciais positivos para o negro também contribui para isso. Enquanto sobram referências no esporte e na música – áreas em que o talento e predisposição inata são relevantíssimos -, nas áreas científicas, jurídicas e na política – em que o grau de instrução é o grande diferencial -, são escassos os exemplos de negros bem sucedidos. Obviamente esse é o resultado de um fator cultural e inegavelmente social. Não bastasse isso, a diversidade da riquíssima cultura africana, infelizmente, é preterida nas escolas e tratada geralmente como tabu, por meio de uma pretensa superioridade cultural de origem europeia e judaico-cristã.
        O racismo, portanto, deve ser enfrentado abertamente. A identidade racial deve ser discutida com sinceridade nas escolas, no conteúdo programático curricular. Tanto a cultura africana quanto a cultura afro-brasileira, em suas mais variadas expressões, deve ser estudada, conhecida e debatida. A mídia também pode contribuir ao abrir espaço para que porta-vozes do Movimento Negro, tão ativo no país, tornem-se pauta na imprensa. Precisamos ter em mente que, enquanto os referenciais que reforçam a imagem do negro como doméstica, segurança, porteiro ou bandido forem os mais fortes, o negro viverá ainda indiscutivelmente sob os grilhões de seu passado.

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