PROPOSTA – MUNDO
DIGITAL: O PREÇO DO SENSACIONALISMO
TEXTO 1
O serralheiro carioca Carlos Luiz
Batista, de 39 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo em poucos dias em
razão de um boato compartilhado nas redes sociais. Uma mensagem, acompanhada de
sua foto, dizia que o serralheiro era “estuprador e sequestrador de crianças”.
Batista, que começou a receber
ameaças, agora tem medo de sair de casa. Não é o primeiro caso do tipo: em
2014, uma mulher foi espancada até a morte no Guarujá, litoral paulista, depois
de ser acusada, em boatos em redes sociais, de que estuprava e sequestrava
crianças. No entanto, nem sequer existiam denúncias do tipo na região.
Esses casos demonstram o que
acontece a indivíduos, em casos extremos, quando o compartilhamento de
informações mentirosas sai do controle. Essa prática, comum em um mundo no qual
todos são consumidores e produtores de conteúdo, também pode ter impactos
políticos e sociais - na medida em que informações falsas ajudam as pessoas a
construir opiniões.
Nos últimos anos, a crise
política escancarou esse cenário no Brasil. De acordo com um levantamento do
Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso à Informação da USP, na semana
em que a Câmara autorizou a abertura do impeachment da ex-presidente Dilma
Roussef, em abril, três das cinco matérias mais compartilhadas no Facebook no
Brasil eram falsas.
Por que as pessoas compartilham
informações sem checá-las
“A dinâmica [de compartilhamento
de boatos] é um efeito da polarização do debate político, mas também é muito
marcada pelo viés de confirmação”, disse ao Nexo Marcio M. Ribeiro, professor
da USP e pesquisador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso a
Informação da universidade.
O viés de confirmação é uma
tendência cognitiva que faz com que nós tenhamos mais propensão de lembrar,
pesquisar informações ou interpretar fatos de maneira que eles confirmem nossas
crenças ou hipóteses.
Na dinâmica da comunicação digital
e dos algoritmos que mostram apenas aquilo que queremos ver, o viés de
confirmação cria uma “bolha” de visão de mundo que exclui aqueles que pensam
diferente - o chamado “filtro bolha”.
Quando recebemos, por meio das
redes sociais, o link de uma matéria que confirma nossa visão de mundo, temos
mais chances de ignorar possíveis evidências de que ela seja falsa.
“Na dinâmica das redes sociais,
as pessoas têm tanta ou mais responsabilidade que os veículos em determinar
qual conteúdo terá mais ou menos visibilidade por meio do compartilhamento”,
diz Ribeiro. Por isso, cabe também aos usuários garantir que a informação
compartilhada seja verdadeira.
TEXTO 2
PROPOSTA
Com base na leitura dos textos
motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa
sobre o tema “Viralização de notícias falsas: prejuízo para a sociedade”.
Apresente experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Sua dissertação deverá ter no
mínimo 15 e no máximo 30 linhas.
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