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17 de jul. de 2012

Formatura - Pontual - 2011


Londrina, 15 de dezembro de 2011.


DISCURSO DE PARANINFO: COLÉGIO PONTUAL

FORMATURA DE ALUNOS DO 3º ANO DO E.M.


Senhoras e Senhores,
Pais, Mestres, Alunos e Equipe do Colégio Pontual,
Boa noite a todos!

Gostaria de agradecer sua presença neste importante rito de passagem que ora se processa com os ex-alunos da 8a série do E.F. e do 3º ano do E.M.

Antes de mais nada, como ex-professor e sempre amigo, preciso dizer duas palavras que acredito serem as mais importantes da vida, quando, ao pronunciá-las, impregnamo-las dos verdadeiros sentimentos que as justificam. A primeira palavra é OBRIGADO, pois, como a própria palavra resume, eu me sinto obrigado a retribuir-lhes alguns favores: primeiro, o favor de vocês me ouvirem e, até certo ponto, darem crédito às minhas palavras. Segundo: ao de exercitarem comigo muitas vezes sua paciência e resignação. A segunda palavra é PERDÃO, porque sei que muitas vezes poderia ter sido melhor com vocês do que fui. Poderia ter sido mais indulgente, paciente, pacífico, tolerante, atencioso; não ensinando, mas exemplificando essas virtudes que tanto prezo. Em outros momentos, poderia ter sido mais firme e exigente, extraindo com mais intensidade o melhor de suas potencialidades de aprimoramento e dedicação. Mas como é difícil acertar!!!

No entanto, por trechos retos e sinuosos de um mesmo caminho, chegamos até aqui, provavelmente muito melhores do que começamos. Enfim, meus amigos: obrigado e perdão!  

Gostaria também de agradecer pela honra de estar aqui hoje, que considero um presente dos então alunos do 3º ano, jovens que espontaneamente foram inscrevendo seus nomes em alguns capítulos de minha vida e que deixaram também que eu, outros professores e funcionários do colégio fizéssemos o mesmo no livro de suas existências.

Se observarmos bem, deste fato, constatado após um período de convívio entre todos nós, podemos extrair uma lição profunda para qual não foi criada nenhuma matéria escolar e para qual as provas aparecem sem aviso. A lição é que grande parte de nossa vida não é escrita por nós, embora estejamos em todos os capítulos dela. Por esse motivo, nada é, nem será de fato como planejamos. Embora isso possa causar insegurança em alguns, é justamente na falta de previsibilidade do destino que talvez resida a maior beleza da existência, que, como um mar que é sempre um mistério para os navegantes, oferece, ao mesmo tempo, temor e fascínio a quem passa a conhecê-lo.

Se podem aceitar então um conselho, não nos deixemos paralisar diante de suas águas, não nos apeguemos à falsa segurança das areias da praia, porque a verdade é que já passamos as espumas da margem, e a construção de nossa felicidade dependerá de como negociaremos com as forças das ondas, que vemos e estão por vir, e das correntes submersas, invisíveis, cuja força, no entanto, rege boa parte da dinâmica desse mar que se chama Vida.

Lancemo-nos nele então, deixemo-nos molhar por inteiro, dediquemo-nos a conhecer além de sua superfície e despertemos em nossos corações a coragem para enfrentar o desconhecido. Se hão de vir as dificuldades, que venham, pois são elas que oferecem as oportunidades para descobrirmos quem somos e do que somos capazes.

Se os planejamentos não são plenamente concretizáveis, não ignoremos, no entanto, que planos são importantes para todas as viagens. São eles que podem evitar certos sofrimentos e constragimentos desnecessários e garantir a segurança no percurso que escolhermos. Um barco, sem uma rota e mantimentos, facilmente fica à deriva e faz náufragos. Sejamos, portanto, prudentes e, conforme aquilo que nos seja possível, previdentes! Mas também ousados, pois às vezes precisaremos corrigir a rota ou mesmo modificá-la.

Contudo, viver, todos vivemos, o pobre, o rico, o bandido, o monge, e todos, até os que maquinam o mal, podem planejar e se prevenir. Onde será então que está o segredo da vida?

Contrariando a máxima de que os fins justificam os meios, um dos maiores pacifistas que o mundo já conheceu, Mahatma Gandhi nos diz: “Os meios sejam os próprios fins”. Desse modo, ele estabelece uma intrínseca e indissociável relação entre o modo de fazer e o objetivo de se fazer algo. Isto é, a grande questão passa a ser como devemos conduzir nossa vida.

Um médico pode ver diante de si um cliente pagante ou um paciente necessitado de socorro.
Um sacerdote pode ver fiéis para sua igreja ou irmãos de caminhada.
Um engenheiro pode ver estruturas, concreto e aço, ou lares e casas de socorro.
Um agente de limpeza pode ver sacos de dejetos ou a ordem, a higiene e a saúde que é garantida graças a seu trabalho.

Ou seja, independente do lugar que ocupemos na sociedade, o mérito de muito do que fizermos será determinado pelo modo como nos posicionarmos diante da vida e, principalmente, diante dos outros.

Se uma pedra não é inútil, quanto mais o ser humano.

Cada um de nós tem sim a contribuir com o todo, e podemos fazê-lo às vezes da maneira mais simples.

As guerras, as agressões e as revoluções destruidoras são ainda ecos de um passado recente, porém já não condizem mais com as mentes já um pouco iluminadas pelo conhecimento e aquecidas pelo sentimento de humanidade. O mundo atual ainda convulsiona em um processo de transformação sem volta, no qual, como disse um humanista, nós somos impelidos a perceber que os grandes males da humanidade são muitas vezes a soma de muitos de nossos pequenos egoísmos, de nossas pequenas indiferenças, intolerância e falta de habilidade para lidar com os conflitos interiores e exteriores que permeiam nosso cotidiano.

É por esse motivo que os nossos desafios para transformação deste país e deste milênio dão-se principalmente no campo de nosso universo íntimo, exigindo-nos:

-            Sinceridade para com os outros e para conosco;
-            Honestidade nas relações familiares e sociais;
-            Comportamento ético em relação ao próximo e à natureza;
-            Comprometimento com nossas áreas de atuação social e profissional;
-            Compromisso com a nossa felicidade e a dos outros.

O peso desses deveres é bem suave se comparado às imposições de um mundo que os desconheça.

Procuremos ser justos, corretos, tolerantes, amáveis, verdadeiros. Responsabilizemo-nos verdadeiramente por nossas ações. Tenhamos coragem! Tenhamos esperança!



Vençamos o grande mar da vida com as ferramentas da justiça e do bem! Vençamos! Amigos, vençamos!
















Saudades de todos!







3 comentários:

Unknown disse...

Poxa professor,ler esse discurso me dá um enorme nó na garganta,eu ficava bravo por ter que ir para escola mas ví que lá foi um dos lugares que mais me diverti,conheci grandes pessoas,algumas dessas que levo no coração e nas memórias,infelizmente cada um segue seu rumo,distante do nosso ou não...

Um grande abraço,
Guilherme C. Lima

Anônimo disse...

Lucas Lopes aqui, valeu, professor. Com certeza o melhor professor de literatura que eu já tive, sem querer ser puxa-saco. Que tudo dê certo pra você aí. Abração.

Leonardo disse...

Lucas, nota 10 para você! :) Vou incluir seu comentário em meu currículo. :)

Guilherme, se você escolher pela carreira de professor, poderá ir à escola todos os dias. :)

QUIZ: POR QUE OU POR QUÊ?

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