MODELO ESTILO ENEM:
TEMA – DISCURSO DE ÓDIO
Institucionalização do bom
senso
“Yes, we can!” - com um slogan simples e extremamente
simbólico, Barack Obama conseguiu algo
improvável: tornou-se o primeiro presidente negro da maior potência mundial. A
imprevisibilidade de sua vitória residiu no fato de que, apesar de os EUA serem
tradicionalmente uma democracia, essa nação possui uma história marcada por um longo período de
institucionalização do racismo. É certo, portanto, que de 5 décadas para cá,
desde o assassinato de Martin Luther King e dos confrontos violentos entre
brancos e negros norte-americanos, a mentalidade geral desse povo passou por
profundas mudanças. Seria razoável, então, falar em cura da discriminação?
Essa feliz possibilidade parece ser corroborada também mais
recentemente pela Alemanha, país que protagonizou, há menos de 80 anos,
episódios de extrema crueldade contra judeus, homossexuais e minorias étnicas.
Isso porque, sendo herdeira de um discurso pan-germânico de superioridade
racial, essa nação, diferentemente do passado, surpreendeu positivamente o
mundo ao agir contrariamente ao posicionamento da comunidade europeia, uma vez
que decidiu receber a imigração em massa de sírios refugiados de guerra. Talvez
uma remissão do passado; certamente um desafio futuro.
Se o Brasil, no entanto, não possui um histórico de
violência generalizada fomentada a partir de discursos de ódio envolvendo a
coletividade quase como um todo, somos obrigados a admitir que aqui existem
casos de violência motivados pela discriminação de gênero, orientação sexual,
raça e até por características estéticas. Sendo assim, os exemplos dos EUA e da
Alemanha mostram-se emblemáticos também para nós. A fórmula deles já não é mais
segredo: substituição do discurso do reforço das diferenças pelo discurso
pautado nos anseios coletivos, na empatia e no sentimento de alteridade.
Portanto, pode-se afirmar que há sim esperança para superação
das contendas sociais originadas pelo preconceito. Com a contribuição da
chamada Cultura de Paz e da ciência de solução de conflitos, bem como por meio
do discurso agregador, que ressalta os anseios comuns, é possível atingir um
novo patamar nas relações humanas. Esse conhecimento, no entanto, deve ser
explorado, sobretudo, por líderes políticos e educadores, cuja voz é
determinante aos novos rumos da coletividade. O papel da mídia nesse sentido,
também é essencial. Isso feito, tudo o mais há de se colher com o tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário