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25 de out. de 2016

MODELO ESTILO ENEM – TEMA: FOME E DESENVOLVIMENTO



MODELO ESTILO ENEM – TEMA: FOME E DESENVOLVIMENTO

Sobre princípios, meios e fins

        “Quem tem fome tem pressa”. Essa frase do sociólogo Herbert de Sousa, o Betinho, tornou-se célebre por ilustrar a gravidade da questão da fome no Brasil. Acima das convicções ideológicas, o fundador da Ação da Cidadania Contra a Fome destacava a importância da ação pragmática no combate a esse mal que vitima milhões de pessoas em todo o mundo. A exemplo de Mandela, Betinho percebia a questão da miséria mais da perspectiva da desigualdade social do que propriamente da distribuição de alimentos.
        Infelizmente, à mesma época em que surgiam debates sérios sobre o tema, um discurso pseudo-humanitário relativo ao cultivo de transgênicos popularizou-se no Brasil. A fim de legitimar a venda de produtos alterados geneticamente, a chamada agricultura capitalizada explorou as conhecidas imagens de milhares de crianças e mulheres africanas subnutridas e condenadas à morte por inanição. O que não se comentava era o fato de que tal flagelo devia-se mais a guerras civis e genocídio do que exatamente à incapacidade agrícola de produzir alimentos para nutrir a população mundial.
        Por outro lado, aqueles com um olhar mais atento ao problema, como a pediatra e sanitarista Zilda Arns, percebiam nitidamente a relação sistêmica entre fome, subnutrição infantil e subdesenvolvimento. Para ela, embora o Estado não pudesse se tornar completamente assistencialista, inicialmente precisava se valer de ações objetivas de transmissão direta de renda e alimentos, a fim de suprir os mais necessitados. Desse modo, o país poderia se desenvolver ao superar a miséria, inserindo-os na cadeia produtiva e economicamente ativa da sociedade.
        Nesse sentido, chega-se à equação de países que superaram o subdesenvolvimento: assistencialismo para questões extremas, somado a políticas públicas de desenvolvimento. Assim, programas já conhecidos como o Bolsa Família, no caso brasileiro, precisam ser condicionados a interesses como Saúde Pública e Educação, ou seja, os beneficiados recebem o auxílio assistencial, mas devem, em contrapartida, conforme cada caso, participar de programas de prevenção de doenças, ter os filhos matriculados em escolas e, conforme a idade, participar de programas de formação e capacitação. Somente dessa forma o assistencialismo será considerado um processo, não um fim.

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