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18 de nov. de 2020

MODERNISMO - 2ª GERAÇÃO

 

MODERNISMO – 2ª GERAÇÃO

Fase da Construção ou Reconstrução

 

Contexto Histórico – 1930 – 1945

 

- Quebra da bolsa de Nova Iorque - 1929

- Ascensão do Fascismo na Europa

- Guerra Civil espanhola – Ditadura de Franco

- Ditadura de Salazar – Portugal

- Mussolini - Itália

- Terceiro Reich – Nazismo

- Fim da República Velha -1930 – Era Vargas – Golpe de Estado

- Revolução Constitucionalista – 1932

- Segunda Guerra Mundial

- Bomba Atômica

 

Características Gerais:

 

- Temática intimista:

Eu frente ao mundo – Existencialismo e Subjetividade

- Temática social:

Fenômenos sociais vividos por personagens emblemáticos

 

Expressões Literárias: Prosa e Poesia

 

PROSA DE FICÇÃO

 

Prosa: Regionalista / Urbana / Intimista

 

Grupo Regionalista (ou Nordestino) – Influência de Gilberto Freyre

Regional – Universal

Realidade social nordestina e outras – Sul e Norte

Destaque para Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego e Jorge Amado

 

Graciliano Ramos (1892 – 1953)

 

- Alagoas

- Tipógrafo, comerciante, prefeito, jornalista

- Preso em 1936

- Falece em visita a URSS

 

Algumas obras:

Caetés (1933)

São Bernardo (1934)

Angústia (1936)

Vidas Secas (1938)

Dois Dedos (1945)

Insônia (1945)

Histórias Incompletas (1946)

Memórias do Cárcere (1953)

 

José Lins do Rego (1901 – 1957)

 

- Paraíba

- Graduou-se em Direito no Recife – Promotor em MG, Alagoas, Rio de Janeiro

- Obra dividida em Ciclo da Cana-de-Açúcar e Ciclo do Cangaço, Misticismo e Seca

Ciclo da Cana-de-Açúcar: Menino de Engenho, Doidinho, Banguê, Fogo Morto, Usina

 

Ciclo do Cangaço: Pedra Bonita e Cangaceiros

Outras obras:

Riacho Doce

Eurídice

 

Rachel de Queiroz (1910 – 2003)

 

- Fortaleza – Ceará

- Jornalista

 

Algumas obras:

- O Quinze (seca de 1915)

- João Miguel

- Caminho de Pedras

- As Três Marias

- Dora, Doralina

- Memorial de Maria Moura

Outras obras: teatro e crônicas (temática: política, cotidiano e papel da mulher)

 

Jorge Amado (1912 – 2001)

 

- Bahia

- Estudou Direito e atuou como jornalista

- Devido a questões políticas é preso em 1936

- Entre 1941 e 1943 – Buenos Aires

- 1945 – Deputado Federal em São Paulo

- 1947 - França

 

Algumas obras:

- Jubiabá

- Mar Morto

- Capitães de Areia

- Terras do Sem-Fim

- A morte e a morte de Quincas Berro D’Água

- Gabriela Cravo e Canela

- Dona Flor e seus dois maridos

 

Érico Veríssimo (1905 – 1975)

 

- Rio Grande do Sul

- Bancário e sócio em uma farmácia

- Secretário e redator da Revista do Globo

- Literatura e tradução

 

Algumas obras:

- Caminhos Cruzados

- Música ao Longe

- Um Lugar ao Sol

- Olhai os Lírios do Campo

- O Tempo e o Vento

- Incidente em Antares

 

POESIA

 

Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987)

 

- Itabira – MG

- Graduou-se em Farmácia

- Professor de Português e Geografia

- Jornalista e funcionário público

- Oficial de gabinete do Ministério da Educação

 

Algumas obras (Poesia):

- Alguma Poesia

- Brejo das Almas

- Sentimento do Mundo

- A Rosa do Povo

- Claro Enigma

- Lição de Coisas

(Aspectos intimistas e sociais – do particular ao universal)

 

POEMA DAS SETE FACES

 

Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

 

As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.

 

O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.

 

O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode,

 

Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.

 

Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.

 

Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.

 

INFÂNCIA

 

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia

Eu sozinho, menino entre mangueiras

lia história de Robinson Crusoé,

comprida história que não acaba mais.

 

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

chamava para o café.

café preto que nem a preta velha

café gostoso

café bom

 

Minha mãe ficava sentada cosendo

olhando para mim:

- Psiu... não corde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito

E dava um suspiro... que fundo !

 

Lá longe meu pai campeava

no mato sem fim da fazenda.

 

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

 

 

Vinícius de Moraes (1913 – 1980)

 

- Graduou-se em Direito

- Crítico, censor cinematográfico, jornalista e diplomata.

 

Algumas obras (poesia):

 

- Novos Poemas

- Elegias

- Pátria Minha

 

Temas: matéria vs. espírito; amor; desejo; cotidiano; questões políticas.

 

SONETO DE FIDELIDADE

São Paulo , 1946

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

 

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.

 

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

 

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

 

Estoril, outubro de 1939

 

 

A ROSA DE HIROXIMA

 

Rio de Janeiro , 1954

Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroxima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A antirrosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada.

 

 

Cecília Meireles (1901 – 1964)

 

- Rio de Janeiro

- Professora, escritora e jornalista

- Escreve ensaios, antologias, biografias, literatura infantil e adulta

 

Algumas obras:

- Mar Absoluto

- Romanceiro da Inconfidência

- Canções

- Giroflé, Giroflá

- Ou isto ou aquilo

 

RETRATO

 

Eu não tinha este rosto de hoje,

Assim calmo, assim triste, assim magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio amargo.

 

Eu não tinha estas mãos sem força,

Tão paradas e frias e mortas;

Eu não tinha este coração

Que nem se mostra.

 

Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

A minha face?

 

MOTIVO

 

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

 

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

 

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Não sei se fico

 ou passo.

 

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.

 

 

Liberdade essa palavra, que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique, e não há ninguém que não entenda.

("Romanceiro da Inconfidência)

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