Àqueles que fizeram o simulado do Enem, com o tema "Em sua ânsia de progresso, o homem atropelou o futuro", deixamos um modelo que atende à proposta. Lembramos que essa é uma entre inúmeras abordagens possíveis.
EXPECTATIVA DE REDAÇÃO
O tema “Na ânsia de buscar o progresso, o homem atropelou o futuro” apresenta, devido a sua amplitude, a possibilidade de que se façam diferentes abordagens. Entretanto, os textos de apoio sugerem principalmente a exploração de subtemas como: esgotamento de recursos naturais, impactos no meio ambiente, mobilização internacional e sustentabilidade – algo que não deve ser ignorado.
Portanto, embora o tema não seja exatamente sustentabilidade, a ideia de desenvolvimento sustentável dificilmente poderia ser descartada da redação, principalmente como parte da proposta de solução, uma vez que a dissertação pedida no Enem adota esse critério para a atribuição de nota. Contudo, tangencia o tema quem desenvolve toda a redação com base somente nos subtemas.
O aluno deve concentrar-se no fato de que a situação-problema sobre a qual a redação deve desenvolver-se é essencialmente a relação entre progresso e futuro, algo que precisa ficar evidente em qualquer uma das abordagens possíveis. Para isso, apresentar perspectivas históricas e sua relação com a atualidade pode ser uma boa estratégia para construção de uma tese e de argumentos que a sustentem. Nesse sentido também pode ser proveitoso citar problemas atuais e polêmicos, como a construção da usina Belo Monte, a aprovação do novo Código Florestal e o crescimento econômico acelerado de países emergentes que, assim como representantes de outras nações poluidoras, relutam em comprometer a velocidade de seu crescimento em favor da diminuição dos impactos naturais provocados pela exploração de recursos energéticos com grande potencial poluidor, como o carvão, por exemplo.
Ao abordar-se a perspectiva de futuro, no entanto, sobretudo no que diz respeito à proposta final, a questão da sustentabilidade parece imprescindível, assim como é importante mencionar o desenvolvimento de estudos no campo das chamadas fontes de energia limpa. O uso racional das fontes de energia já existentes, leis ambientais, o controle da poluição, a questão de meios alternativos e não-poluidores de transporte, a mudança dos hábitos de consumo e o fortalecimento de atividades comerciais de culturas locais vinculadas à ideia de sustentabilidade, evitando o fluxo migratório intenso e o inchamento dos grandes centros populacionais, também podem ser elencados no repertório apresentado na dissertação.
Para efeito de Enem, é sempre importante não deixar de apresentar o problema quanto aos desafios que este coloca para as gerações atuais, e, embora não haja mal em citar informações presentes nos textos de apoio, não é prudente explorá-las demais, uma vez que já foram bastante comentadas nos próprios textos. Copiar ou parafrasear trechos dos textos ou da própria prova seria um equívoco sério, que compromete a nota da redação. Desenvolver todos os argumentos em torno somente dos textos de apoio também compromete a avaliação.
2 comentários:
Na conclusão não se deve utilizar certas palavras como: "portanto", "conclui-se", ou coisas do gênero. A introdução, o desenvolvimento e a conclusão devem ser percebidos através das ideias apresentadas.
Caro anônimo,
Seria bom, antes de qualquer coisa, que você se identificasse, uma vez que, de certo modo, seu comentário não deixa de ser uma crítica à parte daquilo que é ensinado neste blog para aqueles que desejam fazer Enem e prestar determinados vestibulares sérios.
Primeiramente, se o intuito é meramente corrigir, corrijamos então. A começar pelo seu próprio comentário. Façamo-lo de modo honesto, ou seja, utilizando, além do bom senso, aquilo que reza a gramática.
Primeiramente, você escreve: "Na conclusão não se deve utilizar certas palavras..."
Observando uma regra gramatical simples, destinada a instruir sobre o uso da voz passiva sintética, a construção correta seria: "Na conclusão não se DEVEM utilizar certas palavras" - que equivale, na voz passiva analítica, a: "Na conclusão certas palavras não devem ser utilizadas".
Nesse trecho, além da questão gramatical, fica no ar um questionamento: "Segundo quem as palavras 'portanto' e 'conclui-se' não podem ser utilizadas em um parágrafo que expressa a ideia de conclusão?"
Sua afirmação se baseia em algum dogma de manual de redação, no dogma de algum professor que defendeu enfaticamente essa ideia ou em sua própria opinião?
Ao consultar qualquer gramática, vê-se a palavra "portanto" destacada como conjunção (conectivo) utilizada para indicar a ideia de conclusão, sem que se faça qualquer ressalva sobre seu uso.
Indo um pouco além da gramática normativa, temos a importância dos conectivos, inclusive daqueles que indicam conclusão, destacada como mecanismos para produzir coesão em um texto, seja dentro de um único parágrafo, seja no encadeamento de parágrafos distintos.
Seguindo a lógica expressa em seu comentário, seria-nos, portanto, vedada a possibilidade também de utilizar conectivos com outros sentidos, como é o caso de "porém", "pois", "embora" e tantos outros, que, segundo seu raciocínio "deveriam ser percebidos através das ideias apresentadas", como se a Língua Portuguesa fosse uma língua sintética, coisa que ela não é.
Quanto ao verbo (concluir) "conclui-se", sua função semântica é justamente a de expressar explicitamente - objetivamente - a ideia de conclusão, como é caso de outras palavras como (inferir) "infere-se".
Por esse motivo, eu lhe pergunto: "O que justificaria o não uso de uma palavra para evitar expressar aquilo que se quer ver expresso?"
Sinceramente, anônimo, nem queria responder ao seu comentário, mas imaginei que o sr. ou sra. possa ser um professor(a) que convença seus alunos a optarem por um caminho mais difícil ao escrever, motivado(a) por uma regra inventada sabe-se lá por quem e que nada tem de consistente.
Com sinceras desculpas,
Leonardo
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