MODELO ESTILO ENEM: VOCAÇÕES E
APTIDÕES
Afinidades, tendências e profissões
Desde a
década de 1990, com as descobertas do neurocientista Howard Gardner, não é mais
segredo: as inteligências são variadas e abarcam diferentes áreas do saber e
das competências. Nessa perspectiva, um cientista não é superior a um atleta ou
administrador, uma vez que, mais do que a inteligência lógico-matemática,
existem outras como a linguística, a cinestésica, a espacial e a musical – só para
citar alguns exemplos. Assim sendo, não é mais possível ignorar que cada
indivíduo possui inclinações que, se conhecidas e estimuladas, podem revelar
vocações importantes para a vida pessoal e profissional.
Contudo,
esse conhecimento ainda é recente e pouco divulgado. Inclusive, a ideia de se
conquistar satisfação pessoal no trabalho, em muitos casos, é considerada um
mero capricho. Desse modo, os jovens costumam ser pressionados a escolher
profissões em áreas como Medicina, Direito e Engenharia – associadas à
rentabilidade e sucesso -, quando, em contrapartida, aquelas relacionadas à licenciatura,
à pesquisa, à música e às artes tendem a ser menosprezadas. Nesse sentido, as
áreas técnicas também sofrem com o ostracismo, principalmente entre as classes
mais abastadas.
O infeliz
resultado desse fenômeno então se transforma em estatísticas divulgadas por
instituições de prestígio, como USP e UFRJ, alertando sobre o alto índice de
desistência entre alunos de 1º a 3º ano dos mais diferentes cursos superiores. Logo,
percebem-se, então, as causas do problema em um conjunto de fatores fortemente
interligados, que vão desde escolas voltadas somente ao desempenho no Enem e nos
vestibulares – negligenciando a educação para o autoconhecimento dos estudantes
-, até o prejuízo financeiro, o desgaste psicológico e emocional desses
adolescentes, que frequentemente passam a deixar vagas ociosas nas
universidades.
Por esse
motivo, é mais do que evidente que o Ministério da Educação deve reformular a
base curricular do ensino médio, como já ocorreu em outros países como EUA,
Holanda e Alemanha. Os conteúdos cobrados nos vestibulares também podem ser
adequados mais objetivamente ao perfil dos cursos escolhidos. Somado a isso, as
secretarias de educação, escolas e universidades podem investir mais em feiras
de profissões, incentivando os alunos, desde o 1º ano de ensino médio a
participarem desses eventos. Desse modo, certamente, haverá no Brasil muito
mais profissionais realizados e competentes agindo em prol da sociedade.
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