PARADIGMA
DE CARTA DE LEITOR
TEMA: SELFIE
São Paulo, 12 de novembro de 2016.
Caro editor da Folha de São Paulo,
Em
vista do recente artigo do conhecido fotógrafo J. R. Duran, gostaria
respeitosamente de discordar de algumas conclusões tiradas pelo autor a
respeito da prática do autorretrato instantâneo, manipulável e digital,
atualmente mais conhecido como “selfie”. Certamente, o fotógrafo sabe que até a
invenção da máquina digital e dos smartphones com câmeras embutidas, o leigo na
arte da fotografia era incapaz de tirar fotos com tratamento estético realmente
atraente. Ficava, desse modo, à mercê de um profissional para que pudesse
“imortalizar” sua imagem por meio de uma fotografia que lhe fosse satisfatória.
A
realidade, contudo, felizmente mudou. Com os novos recursos, ele percebeu que
agora possui certa autonomia e, naturalmente, como todo entusiasta, encantou-se
narcisicamente com as novas possibilidades. Porém, como tudo o que é demais enjoa,
o modismo certamente tem tempo para prescrever. O que causa espanto,
entretanto, é um fotógrafo profissional criticar uma prática que não é invenção
dessa geração, pois remonta a arte da pintura e, por imitação, também a da
fotografia, haja vista um Van Gogh ou um Sebastião Salgado.
Atenciosamente, Leitor.
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