PROPOSTA DE REDAÇÃO
Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o
tema PRECONCEITO POLITICAMENTE CORRETO, apresentando experiência ou proposta de
ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
- Desenvolva seu texto em prosa, atribuindo-lhe um título.
- Sua dissertação deverá ter no mínimo 15 e no máximo 30
linhas.
- Não utilize os exemplos específicos dos textos de apoio.
Patrulha ideológica ou patrulhamento ideológico é uma
organização informal de pessoas unidas por laços ideológicos ou religiosos que
tem o objetivo de impor seus ideais a outro grupo de pessoas, munindo-se de
discursos, protestos e reivindicações. Essa atividade se caracteriza por uma
vigilia constante do espaço e do público-alvo.
O patrulhamento pode se aproveitar de relações de autoridade
para ser feito, como em uma sala de aula, na relação professor-aluno (...) O
objetivo do patrulhamento ideológico é sobretudo subverter o público para que
este acredite, se convença e siga as normas e critérios dos patrulhadores.
É por vezes criticado quando seu uso se dá em meio
educacional, em centros universitários e demais locais onde é consolidada
formação intelectual de pessoas. É tolerado com certa parcimônia,
respeitando-se as leis vigentes locais, mas considerado eticamente falho quando
feito sob certas circunstâncias (...)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrulha_ideol%C3%B3gica
MPF quer tirar de circulação o dicionário 'Houaiss'
Publicação conteria expressões 'pejorativas e
preconceituosas' contra ciganos e não atendeu recomendações de alterar texto
O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação absurda,
sob todos os aspectos, na Justiça Federal em Uberlândia (MG): o órgão pretende
tirar de circulação o dicionário Houaiss, um dos mais conceituados do mercado.
Segundo o MPF, a publicação contém expressões "pejorativas e
preconceituosas", pratica racismo contra ciganos e não atendeu a
recomendações de alterar o texto, como fizeram outras duas editoras com seus
dicionários.
Trata-se de uma ação, no mínimo, desastrada. Há séculos
dicionaristas respeitados de todo o mundo se esforçam em reunir nesses livros o
maior número de acepções possível das palavras. Assim, o Houaiss explica que o
termo cigano é "relativo ao ou próprio do povo cigano; zíngaro", mas
também define "aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro; agiota,
sovina" – esta acepção é, como bem destaca o próprio Houaiss, pejorativa.
A razão de apresentar as duas (entre outras) versões é registrar o uso da
palavra em um determinado momento histórico e explicar-lhe o significado. É para
isso que servem os dicionários: eles não fazem apologia ao preconceito, apenas
o registram.
Ao guiar-se pela proposta do MPF, os dicionários prestariam
um duplo desserviço. Em primeiro lugar, deixariam de cumprir seu principal
papel: registrar o uso da língua em um dado momento. O segundo desserviço é
fruto do primeiro. Se os livros deixassem de registrar que, pejorativamente, o
adjetivo judeu é empregado como sinônimo de "pessoa usurária,
avarenta", não ensinariam ao leitor que, em determinadas situações, isso
(infelizmente) pode acontecer. Não se defende aqui, de maneira alguma, o
emprego pejorativo do termo. Mas não é apagando o registro de um dicionário que
se muda a realidade. Trata-se de mais um exemplo de ação desastrada em que a
ideologia atropela a ciência, o serviço ao leitor e o bom-senso em troca de
nada.
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/mpf-quer-tirar-de-circulacao-o-dicionario-houaiss
Vamos chegar à época em que as palavras “negro” e “preto”
vão ser completamente proibidas, teremos de inventar novas designações para a
cor, porque a simples menção dessas duas palavras pode dar dor de cabeça ao
incauto que as proferir.
Em minha experiência pessoal, acho que qualquer um que fique
gritando “preconceito” a torto e direito normalmente é preconceituoso também.
(...)
Assisti na TV a uma situação completamente ridícula e
engraçada. Em uma luta de MMA, um negro e um branco se enfrentavam, os dois de
calção preto e branco. O narrador e o comentarista passaram uns dois minutos
tentando dizer “o de calção preto e branco com mais preto do que branco é o
fulano de país tal...”. Os caras já vacinados pela patrulha ideológica não
quiseram simplesmente dizer: “o lutador negro é fulano, e o lutador branco é
sicrano”.
Adaptado de http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=3438663
EXPECTATIVA DE REDAÇÃO
Espera-se que o aluno apresente a percepção de que existem
vários tipos de preconceito, sendo, conforme as circunstâncias, uns mais
tolerados do que outros. Em vista disso, como gradualmente a sociedade,
pressionada por diversos movimentos sociais, tem sofrido transformações no
sentido de aceitar as diferenças, é comum surgir uma certa confusão entre o que
pode ou não se considerar uma conduta correta socialmente.
No Brasil, atualmente, algumas piadas, expressões e mesmo
palavras passam a ser rotuladas como politicamente incorretas, às vezes de modo
arbitrário, à revelia dos grupos marginalizados. Esse fato tem demonstrado que
muitos entre aqueles que partem em defesa desses mesmos grupos nem sempre
possuem real entendimento sobre o que defendem e o que combatem. Desse modo,
esse segmento que se mobiliza em torno da proteção do outro, em vez de
contribuir para a amenização e até extinção do tipo de preconceito combatido, produzem situações que acabam por incentivá-lo. Casos como esse, portanto, demonstram que a ideia de se
evitar a manifestação do preconceito, sem que se discutam suas causas, acentua
ainda mais essa problemática.
Uma vez discutido o tema, a conclusão deve apresentar
uma experiência ou proposta de ação social que coloque em discussão o
preconceito e suas causas, seja em um caso específico, que pode ter sido
exposto no desenvolvimento da dissertação, ou de forma geral.
Consulte também os tópicos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário