Manifesto
O Manifesto é um gênero textual
feito para ser publicado ou lido em público, e guarda certa semelhança com a
Carta Aberta. É escrito para expressar, geralmente, um anseio coletivo,
apresentando um conteúdo de fundo ideológico. Os manifestos, embora sejam
conhecidos há mais de 400 anos, começaram a popularizar-se no século XIX,
sobretudo com alguns que ficaram famosos, como foi o caso do Manifesto
Comunista e do Manifesto Anarquista, ambos de teor político-ideológico. Pouco
mais tarde, surgiram muitos outros, principalmente manifestos artísticos, como
o Manifesto Futurista e os manifestos modernistas no Brasil.
Assim como a Carta Aberta, esse
gênero textual possui título, que deve ser objetivo, como: Manifesto Estudantil
ou Manifesto dos Estudantes Universitários, por exemplo. Diferentemente daquela, no entanto, ele não costuma apresentar vocativo (embora não haja uma
regra quanto a isso), jamais recebendo, ao final, a “despedida cortês”. Apesar
disso, ele também é assinado, sendo recomendável, após a assinatura, colocar-se
o local e a data.
Para efeito de vestibular, o
estilo dos manifestos artísticos deve ser evitado.
Leia um exemplo hipotético de manifesto:
Manifesto dos Estudantes
Universitários de Oblivion
Nós, estudantes de universidades
públicas e privadas de Oblivion, descontentes com as atuais políticas de ensino
deste país, contestamos algumas práticas que parecem ter se transformado em uma
espécie de “engessamento” da academia, para a qual, mais importante do que a
divulgação do conhecimento e o estímulo à pesquisa, o ensino tem sido pautado
na simples exaltação dos antigos e tradicionais teóricos, colocando-os em conta
de verdadeiros detentores do conhecimento, como se este já estivesse de todo
pronto, encerrado nas páginas de uma enciclopédia. O mesmo tem se verificado em
relação à metodologia científica utilizada em nossas intituições de ensino
superior, a qual, atualmente, está completamente estagnada.
Aparentemente regidos por ideias
retrógradas, os professores demonstram estar avessos às transformações por que
passam as ciências e a tecnologia, uma vez que se limitam a trabalhar com
autores que, apesar de dignos de estima e respeito, já estão sendo substituídos
na bibliografia utilizada em cursos equivalentes aos nossos, que são realizados
em universidades de outros países. Por esse motivo, os títulos dos trabalhos
científicos desenvolvidos por alunos e professores, bem como seu conteúdo, já
nada podem apresentar de original, tornando-nos meros reprodutores do
conhecimento do passado, algo que fere profundamente a finalidade maior das
universidades: contribuir para o progresso social e tecnológico de sua nação.
Nas áreas biológicas e
tecnológicas, a situação é mais grave, pois a falta de laboratórios e
investimento, caso não cause vergonha quando confrontada com a realidade de
outras universidades do mundo, é o suficiente para tornar inviável o
desenvolvimento de pesquisas que sejam capazes de contribuir com a formação de
profissionais atualizados e prontos a atender à realidade do mercado de
trabalho fora das universidades, assim como para produzir algo que todo país
desenvolvido esforça-se para ter, o chamado know how, o qual, inclusive,
pode ser vendido a outros países. Hoje, contudo, Oblivion é obrigada a pagar
profissionais do exterior e a ceder a pressões de muitas multinacionais,
justamente pelo fato de, possuindo recursos naturais invejáveis, não dispor de
mão de obra nem tecnologia qualificada para explorá-los de forma segura e
sustentável.
Considerando, portanto, que o país
necessita urgentemente reavaliar suas políticas voltadas ao ensino, a fim de
equiparar-se com a realidade universitária dos países que têm servido como
referência na produção de conhecimento e tecnologia, de nossa parte, propomos a
reformulação dos currículos de todos os cursos, bem como a reforma e melhoria
dos laboratórios de todas as áreas às quais estes se mostram imprescindíveis.
Convidamos os professores que
simpatizem com essa causa, empresários e representantes de instituições que
dependam diretamente da qualidade dos profissionais de formação universitária,
bem como a sociedade civil como um todo, a aderir a este movimento, expressando
sua opinião e participando também com sugestões para melhoria da qualidade de
ensino de nosso país.
UNEO – União Nacional dos
Estudantes de Oblivion
SAIBA O QUE FOI A REVOLUÇÃO ESTUDANTIL DE 1968.
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