O escritor gaúcho Vitor Ramil promove, em seu último livro A Primavera da Pontuação, uma alegoria divertida entre os elementos da gramática e a realidade social do Brasil. A história acontece no reino de Ponto Alegre onde vivem os elementos gramaticais da língua portuguesa. O lugar vive uma grande revolta quando uma palavra-caminhão atropela um ponto e foge do local sem ser identificada. Os personagens do romance são todos termos gramaticais, padrões ortográficos e símbolos de pontuação que funcionam como um espelho da sociedade humana. Fazem parte da trama, entre outros elementos, acentos inescrupulosos, vírgulas desonestas, um “ph” ancião e jovens tremas que reclamavam de dor na coluna, pois em virtude da reforma ortográfica, tentavam trabalhar como dois pontos.
PROPOSTA
Utilizando a mesma estratégia do autor, dê sequência à narrativa a seguir, criando um desfecho para a história.
Certa manhã, pintou-se um quadro negro: uma palavra-caminhão, dessas que trafegam ameaçadoramente inclinadas, carregadas de letras garrafais, atropelou um ponto em uma esquina de frases e fugiu. Revoltada, a pontuação, que a tudo assistira, aglomerou-se no local do acidente.
(Adaptado de: MOSER, S. Uma Fábula Gramatical. Gazeta do Povo. Curitiba. 29 jun. 2014. Caderno G. p.3.)
Para a elaboração de seu texto, utilize de 5 a 8 linhas.
MODELO
Diante da tragédia, dona Exclamação mal podia conter as lágrimas. “Que desumanidade!” - indignava-se. A vítima parecia um borrão vermelho esferográfico estatelado no chão. Foi quando surgiu uma distinta interrogação. Era uma repórter, que encontrou duas testemunhas perfeitas para dar-lhe preciosas informações: tratava-se dos gêmeos Dois Pontos. Ambos, com relatos detalhados, satisfaziam a curiosidade quase mórbida do ponto corcunda. Enquanto isso, a maior parte dos espectadores era formada de reticências. Finalmente a ambulância! Vírgulas prestimosas e organizadas aliviaram o aflito.
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